Curso ofertado pelo Arquivo Nacional é contestado pela comunidade arquivística
Anunciado há meses, no último dia 6 o Arquivo Nacional lançou o curso on-line “Introdução às práticas arquivísticas”. Disponibilizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o curso conta com 27 horas e certificação após a conclusão. Mais do que isso: de acordo com o AN, a formação visa suprir a “necessidade de capacitação de servidores que atuam, ou desejam atuar, em arquivos nos órgãos públicos”. O curso, de acordo com o AN, é o primeiro de cinco que serão lançados na mesma plataforma.
A notícia foi recebida com rechaço por parte da comunidade arquivística brasileira. A Executiva Nacional dos Estudantes de Arquivologia foi a primeira entidade a se manifestar. Em nota, a ENEA considerou a iniciativa do AN como uma “afronta ao desenvolvimento da educação arquivística em nível de graduação no país” e pediu respeito à lei que regulamenta a profissão desde 1978. No mesmo dia, o Fórum Nacional das Associações de Arquivologia do Brasil manifestou preocupação com os cursos. Em nota, o FNArq se disse “contrário a toda e qualquer iniciativa que possa causar obstrução da atuação dos arquivistas de acordo com o previsto na Lei nº 6.546/1978”, uma referência à proposta do AN em criar cursos de nível intermediário em gerenciamento de serviços arquivísticos.
No dia 11, o Arquivo Nacional publicou uma nota de esclarecimentos sobre os cursos. De acordo com o documento, as formações fazem parte do Planejamento Estratégico Setorial do órgão e “não visam substituir a formação necessária em Arquivologia”.
Fonte: GIRO DA ARQUIVO. Ano III. Edição 142. Agosto de 2021.
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