Manifestação da ARQ-SP e da ANPUH-SP dirigida ao Prefeito do Município de Santos
O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE SANTOS
UM CASO LAMENTÁVEL DE OMISSÃO E ABANDONO
Nos últimos dias a imprensa santista tem chamado a atenção para algo que, na verdade, vem ocorrendo há tempos: o abandono a que a Prefeitura relegou importantes componentes do patrimônio documental da municipalidade. Em sua face mais visível, o abandono compromete dois monumentos de inestimável valor histórico e turístico: o Outeiro de Santa Catarina e a Casa de Frontaria Azulejada, marcos emblemáticos da história da cidade que foram objeto de cuidadoso e caro processo de restauração antes de ser entregues à Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), em 1992, para que neles se desenvolvessem serviços de sua competência, como a guarda de documentos e atividades expositivas. O que ninguém vê, no entanto, é a falta de funcionários, a precariedade dos equipamentos de conservação preventiva, a quase nenhuma manutenção das dependências em que funciona o Arquivo Intermediário e a inexistência de recursos para dar continuidade a iniciativas (cursos, encontros de arquivos municipais, publicação de instrumentos de pesquisa) que sempre distinguiram a FAMS em meio à comunidade arquivística e de pesquisadores.
Atentas, por dever estatutário, a todo e qualquer problema que afete as políticas públicas voltadas para a preservação da memória, no âmbito do Estado de São Paulo, a Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP) e a Associação Nacional de História – Seção São Paulo (ANPUH-SP) demandam da Prefeitura Municipal de Santos, com a devida urgência, as medidas que permitam reverter esse lastimável estado de coisas.
São Paulo, 11 de junho de 2018.
Ana Célia Navarro de Andrade
Presidente da ARQ-SP
Circe Maria Fernandes Bittencourt
Presidente da ANPUH-SP