ARQ-SP 25 ANOS

Carta aberta em defesa dos Arquivos

A Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP) acompanha com grande preocupação a intensa fragilização dos arquivos públicos brasileiros e do papel por eles desempenhados em relação à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos da administração pública do país – fontes de direitos e de benefícios para os cidadãos.

A ARQ-SP compreende que os significativos avanços evidenciados a partir da década de 1980 – plasmados na Constituição Federal, na Lei nº 8.159/1991 e na própria reconfiguração do modelo de instituição arquivística até então predominante no Brasil – estão sofrendo paulatinamente deterioração, seja pela inércia na efetiva adoção de políticas públicas arquivísticas, seja pela ineficaz ação de governantes e gestores de instituições arquivísticas públicas.

Nos últimos anos, o arcabouço jurídico construído com o objetivo de dar sustentáculo a uma almejada política nacional de arquivos vem sendo revisto por uma série de atos responsáveis por promover um quadro de intensa insegurança jurídica no que tange à autoridade dos arquivos públicos brasileiros. Neste sentido, a pretensa “modernização” da Lei de Arquivos (Projeto de Lei nº 2.789/2021) contrasta com uma realidade de ampla interdição nos mecanismos políticos e administrativos que orientam sua completa aplicação.

Como exemplo deste cenário, podemos citar o Decreto nº 10.148/2019, que reestruturou o Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo do Governo Federal (SIGA), alterou o funcionamento das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos (CPAD) no âmbito da União e promoveu profundas alterações no âmbito do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) e do Arquivo Nacional. A aprovação deste dispositivo infralegal reforça nossa apreensão no que diz respeito à centralidade dos arquivos públicos enquanto instituições essenciais para a elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas arquivísticas. Parte deste quadro de enfraquecimento crescente tem sido sentido, tanto na redução sobre a quantidade de recolhimentos de documentos públicos de guarda permanente, quanto no subsequente avanço nos processos de terceirização de serviços arquivísticos essenciais, vinculados à gestão e à guarda de documentos.

Por outro lado, a possibilidade da por ora denominada “custódia compartilhada” de documentos produzidos pela administração pública federal, que está prevista no Decreto nº 11.473/2023, intensifica a fragilização da mais importante instituição arquivística pública do país, o Arquivo Nacional. Tal dispositivo confere aos órgãos e entidades do Executivo federal a responsabilidade pela guarda, preservação e pelo acesso aos documentos arquivísticos de caráter permanente, contrariando a própria Lei de Arquivos. Entendemos que a aprovação deste dispositivo, depois de anos de críticas enfáticas sobre a legislação aprovada no governo anterior, demonstra o atual desconhecimento de gestores sobre a missão das instituições arquivísticas públicas (seja em âmbito federal, estadual ou municipal). Esta incompreensão é ainda mais grave quando observamos que as tentativas de superar as dificuldades históricas enfrentadas na implementação de efetivas políticas de gestão de documentos se confrontam com as boas práticas e as experiências consagradas pela Arquivologia – o que denota a falta de diálogo de gestores públicos com especialistas da área. As recentes notícias sobre a “realocação e centralização dos acervos documentais mantidos pelos órgãos e entidades do MGI [Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos]”, propostas apresentadas sem o devido conhecimento legal sobre o papel a ser desempenhado pelo Arquivo Nacional, aumentam ainda mais a apreensão sobre o significado e o alcance dessas medidas.

Somado a isso, salientamos ainda nossa preocupação com o estado de letargia do SIGA, criado pelo Decreto nº 4.915/2003 e alterado pelo Decreto nº 10.148/2019. Responsável por estruturar de forma sistêmica a gestão de documentos e arquivos no âmbito da administração pública federal – e tendo por órgão central o Arquivo Nacional –, o SIGA teve sua última reunião em 3 de outubro de 2022, ainda sob a direção do Sr. Ricardo Borda D’Água de Almeida, o que denota verdadeira paralisia na governança arquivística e autoridade técnica da instituição.

A ARQ-SP compreende que os grandes retrocessos nos marcos do que sempre orientou o anseio pela efetivação da Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados compromete a segurança do patrimônio arquivístico nacional e, por conseguinte, a transparência do Estado e o pleno exercício da cidadania no país.

À vista disso, entendemos que o Conselho Nacional de Arquivos, órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) e que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados no Brasil, deve atuar de forma menos tímida no enfrentamento das questões que são de sua competência, reforçando seu papel enquanto organismo capaz de perceber a dramática situação que atinge grande parte dos arquivos públicos brasileiros – e agindo para modificá-la.

Atenta a todo e qualquer problema que afete as políticas públicas voltadas à gestão e à preservação do patrimônio arquivístico de São Paulo e do Brasil, a Associação de Arquivistas de São Paulo vem a público demandar ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e, em especial, ao Conselho Nacional de Arquivos que ações sejam tomadas no sentido de reverter a lastimável realidade em que nos encontramos.

Reiteramos, ademais, nosso clamor aos gestores públicos para que nossa área seja fortalecida e dignificada: ignorar a missão dos arquivos e desvalorizar os profissionais que deles se ocupam é, afinal, um desserviço à sociedade, à democracia e à história.

Cordialmente,

Associação de Arquivistas de São Paulo

São Paulo, 6 de dezembro de 2023.

Clique aqui para baixar a versão em pdf da carta.

IM-XIV-CAM

XIV CAM homenageia a Professora Heloísa Bellotto

No último dia 8 de novembro, a professora Heloísa Liberalli Bellotto, falecida em 1 de março de 2023, foi lindamente homenageada ao final da II Reunião sobre a História da Arquivística na América Latina, um dos eventos paralelos que aconteceram durante o XIV Congresso de Arquivologia do Mercosul, realizado de 7 a 10 de novembro de 2023, na cidade de San Lorenzo, Paraguai (https://cam2023.una.py/).

A convite de Luis Fernando Jaén García, coordenador da reunião juntamente com Gustavo Villanueva Bazán, a presidente da Associação de Arquivistas de São Paulo, Ana Célia Navarro de Andrade, bastante emocionada, procedeu à leitura do texto especialmente preparado para a reunião (clique aqui para ler o texto na íntegra). A emoção foi maior para os brasileiros presentes ao evento pois, ao final do texto, Ana Célia também homenageou a Professora Ana Maria de Almeida Camargo, falecida recentemente, em 24 de setembro.

Foram duas perdas incalculáveis para a Arquivologia brasileira, especialmente para o Estado de São Paulo e especificamente para a Associação de Arquivistas de São Paulo, criada por iniciativa de Ana Maria de Almeida Camargo, e que contou, nos últimos 25 anos, com a presença constante das duas profissionais na direção da ARQ-SP, seja ocupando cargos na diretoria, no Conselho Fiscal ou nas comissões de cursos, eventos ou publicações da entidade.

Em seguida, Gabriel Queijo, então presidente do Conselho Assessor CAM, reproduziu um vídeo montado com diversas imagens da Professora Heloísa Bellotto em momentos significativos de sua vida, com alunos e ex-alunos, colegas e amigos conquistados do decorrer de seus 88 anos de uma vida muito bem vivida.

Ambos, texto e vídeo, emocionaram a todos os presentes à reunião.

O vídeo, homenagem da Asociación Uruguya de Archivólogos (AUA), foi reproduzido novamente na cerimônia de encerramento do XIV CAM, que marcou o retorno dos eventos presenciais para a comunidade arquivística do Mercosul (clique aqui para assistir ao vídeo).

O próximo congresso será realizado na Bolívia, em 2025; e esperamos que sem perdas para a Arquivologia do Brasil! Até lá!

Diretoria da ARQ-SP

NOTA EM DEFESA DO ARQUIVO NACIONAL

O Fórum Nacional das Associações de Arquivologia do Brasil (FNArq) e entidades que subscrevem esta nota vêm a público enfatizar a importância do Arquivo Nacional para a garantia dos direitos civis, a transparência das informações públicas e a preservação da memória e da cultura nacional. Assim, sublinhamos a necessidade de quadros técnicos qualificados para implementar políticas efetivas para a área, dentro da missão institucional do órgão federal.

Considerando ainda que o Decreto nº 9.727/2019 estabelece os critérios e o perfil profissional para cargos de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) na Administração Pública Federal, que é o caso da Direção do Arquivo Nacional, causou consternação a publicação da nomeação, no Diário Oficial da União de 19/11/2021, do Sr. Ricardo Borda D’Água de Almeida Braga para o cargo de Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que acumula também o cargo de Presidente do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), responsável pela política nacional de arquivos.

Neste sentido, reivindicamos a nomeação de um profissional com qualificação técnica e experiência na área, conforme o Decreto supracitado, que estabelece o “perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo ou a função para o qual tenha sido indicado”. No Brasil existem inúmeros profissionais com expertise necessária, e não é razoável que o Arquivo Nacional seja dirigido por indivíduo em cujo currículo não há qualquer menção de atuação com gestão de documentos e/ou formação em arquivologia, ciência da informação, história, patrimônio cultural, memória, preservação e áreas correlatas.

O Arquivo Nacional, instituição secular, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, cumpre, entre outras funções, a gestão dos documentos produzidos e recebidos em todos os órgãos federais, auxiliando na eficiência e na transparência governamental, e a salvaguarda e o acesso de acervos de importância fundamental para a história e a memória de nosso país. Seu acervo é composto de documentos do século XVI ao tempo presente, são cerca de 55 km de documentos textuais, mais de um milhão de fotografias e negativos, além de milhares de diapositivos, caricaturas, charges, cartazes, cartões postais, desenhos, gravuras e ilustrações, mapas, filmes e registros sonoros.

A democracia se baseia na inclusão pela diversidade cultural, onde os processos históricos forjam a Nação, e se legitima na medida em que os cidadãos têm acesso às informações públicas conforme previsto na Constituição Federal Brasileira. Documentos e informações públicas são instrumentos de apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico, demasiadamente estratégicos e sua gestão e proteção exigem uma direção qualificada, experiente e dotada de profundo saber, compatível com os desafios da área. Nosso patrimônio histórico e documental corre perigo nas mãos de pessoas sem o conhecimento e competência técnica necessários ao seu correto tratamento.

Fórum Nacional das Associações de Arquivologia do Brasil (FNArq):

Associação de Arquivistas da Bahia (AABA)

Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP)

Associação de Arquivistas do Estado de Santa Catarina (AAESC)

Associação de Arquivistas do Estado do Ceará (ARQUIVE-CE)

Associação de Arquivologia do Estado de Goiás (AAG)

Associação dos Arquivistas da Paraíba (AAPB)

Associação dos Arquivistas do Estado do Espírito Santo (AARQES)

Associação dos Arquivistas do Estado do Rio de Janeiro (AAERJ)

Associação dos Arquivistas do Estado do Rio Grande do Sul (AARS)

Associação Mineira de Arquivistas (AMArq)

As entidades abaixo também subscrevem o documento:

Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria-RS

Arquivo Público do Estado da Paraíba (APEPB)

Arquivo Público do Estado de Santa Catarina (APESC)

Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC)

Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS)

Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP)

Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação (ABECIN)

Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA)

Associação Brasileira de História Oral (ABHO)

Associação de Amigos da Casa de Memória Edmundo Cardoso – Santa Maria-RS

Associação de Amigos do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (AAAPRS)

Associação dos Amigos do Arquivo Histórico de Santa Maria (AMARQHIST)

Associação Nacional de História (ANPUH)

Associação Nacional de História do Trabalho (ANHT)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE)

Base de Dados em Arquivística (BDA)

Casa de Memória Edmundo Cardoso – Santa Maria-RS

Centro Acadêmico Bacharelado em História (CABH) – UFAC

Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS) – PUC-SP

Centro Acadêmico de História – UFCAT

Centro Acadêmico de História – UFMA/Bacanga

Centro Acadêmico de História – UFPA/Campus Belém

Centro Acadêmico de História – UFRR/Boa Vista

Centro Acadêmico de História – UFU

Centro Acadêmico de História – UnB

Centro Acadêmico de História – UNESC

Centro Acadêmico de História Ágora (CAHISA) – UVA/Sobral

Centro Acadêmico de História Almir Suruí – UNIR/Porto Velho

Centro Acadêmico de História da UFRRJ-IM

Centro Acadêmico de História Igo Castro Carrero – UFPI/Campus Ministro Petrônio Portela

Centro Acadêmico de História Luiza Mahin – UFBA/Salvador

Centro Acadêmico de História Potiguaçu – UFRN

Centro Acadêmico de História (CAHIS Caldeirão) – UECE

Centro Acadêmico Dirceu Lindoso – UFAL/Campus A. C. Simões

Centro Acadêmico do Curso de História – IFG/Goiânia

Centro Acadêmico Ivan Mota Dias – UFF/Niterói

Centro de Estudos de Migrações Internacionais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Estadual de Campinas (CEMI/IFCH/Unicamp)

Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ)

Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA)

Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM-BR)

Comitê Brasileiro para Conservação do Patrimônio Industrial (TICCIH-Brasil)

Coordenação do Curso de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense (UFF)

Curso de Arquivologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Curso de Graduação em Arquivologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Departamento de Arquivologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Departamento de Arquivologia (UNIRIO)

Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Departamento de História da UnB (HIS/UnB)

Diretório Acadêmico Descentralizado de História – Conceição Evaristo

Escola de Arquivologia Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Ecomuseu de Pacoti – Ceará

Estudos Arquivísticos em Documentos e Registros Digitais (EADRD)

Executiva Nacional dos Estudantes de Arquivologia (ENEA)

Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB)

Federação do Movimento Estudantil de História (FEMEH)

Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA)

Fórum de Patrimônio Cultural de João Pessoa

Fórum Nacional de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (FEPARQ)

Grupo de Estudo e Pesquisa em Ensino de História (GEPEH)

Grupo de Estudos Arquivísticos (GEArq)

Grupo de Pesquisa “Políticas e gestão de documentos e arquivos” da Escola de Ciência da Informação/Universidade Federal de Minas Gerais (PGDA/ECI/UFMG)

Grupo de Pesquisa Estudos Prospectivos: formação e atuação profissional do arquivista

Grupo Organização do Conhecimento e Gestão Documental (KOD/UFSC) 

Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)

Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH/UFRJ)

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT-Proprietas)

Laboratório de ensino e aprendizagem em História (LEAH)

Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da UFRJ (LEHMT/UFRJ)

Laboratório de História Oral e Imagem – UFF (LABHOI/UFF)

Latin American Studies Association (LASA) – Seção Archives, Libraries & Digital Scholarship

Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal do Ceará (PROFHISTÓRIA/UFC)

Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal Fluminense (PROFHISTÓRIA/UFF)

Núcleo de Estudos Contemporâneos do Instituto de História da UFF (NEC/IHT/UFF)

Observatório do Tempo Presente (OTP/UFF)

Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Estadual de Campinas (PPGCS/IFCH/Unicamp)

Programa de Pós-Graduação em Gestão de Documentos e Arquivos (PPGARQ/UNIRIO)

Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Estadual de Campinas (PPGH/IFCH/Unicamp)

Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará (PPGH/UFC)

Rede Nacional de Arquivistas das Instituições Federais de Ensino Superior (Rede ARQUIFES)

Seção Brasileira do Comitê Internacional para a Documentação e Conservação de Edifícios, Sítios e Conjuntos do Movimento Moderno (DOCOMOMO Brasil)

Sindicato dos Bibliotecários, Cientistas da Informação, Documentalistas, Arquivistas, Historiadores, Museólogos, Auxiliares de Biblioteca e Auxiliares de Centros de Documentação de São Paulo (SinBiesp)

Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos (SEO)

Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC)

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB)

Artigo sobre Curso Técnico em Arquivos no Boletim SAUSP.doc

Na última terça-feira, dia 26 de outubro, foi publicado o Boletim SAUSP.doc no qual a Profª Camilla Campoi traz informações sobre o Curso Técnico em Arquivos da ETEC/SP (Parque da Juventude) e sua reformulação.

Para ler o boletim, clique no link: https://sites.usp.br/arquivogeral/wp-content/uploads/sites/39/2021/06/2021n05-SAUSP.pdf

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre os boletins SAUSP.doc, basta acessar o link: https://sites.usp.br/arquivogeral/?p=425

Também é possível se cadastrar no site para fazer parte do mailing.

20 de Outubro – DIA DO ARQUIVISTA NO BRASIL

Parabéns a todos os profissionais que se preocupam com e cuidam dos arquivos, sejam eles arquivistas graduados ou graduandos, técnicos de arquivo formados ou em formação, além dos conservadores e daqueles que são arquivistas por vocação, pois preocupar-se com o arquivo é preocupar-se com a própria instituição, com sua administração, sua história e sua memória!

Feliz dia do Arquivista!

Promoção_SNArquivistas

Promoção de livros na loja da ARQ-SP

Para comemorar o Dia do Arquivista, a ARQ-SP resolveu presentear todos os profissionais da área com uma semana inteira de promoção.

De 18 a 22 de outubro todos os livros da nossa loja estarão com descontos de até 50%.

Não perca essa oportunidade e complete sua biblioteca!

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Mas corra: a promoção só vale até sexta-feira ou final do estoque!

Em tempo: os livros serão postados na terça-feira da próxima semana.

Dia 19 de agosto – Dia do Historiador

A Associação de Arquivistas de São Paulo parabeniza todos os Historiadores e alunos de História pelo dia de hoje, e por todos os demais também.

Professores, escritores, arqueólogos, arquivistas, museólogos, conservadores, consultores, gestores de instituições culturais e de custódia de documentos…

Parabéns!

CARTA ABERTA SOBRE O PROCESSO DE DESESTATIZAÇÃO DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Chamou a atenção da comunidade arquivística brasileira a matéria que Guilherme Amado, jornalista que vem cobrindo a política e o crime organizado em nosso país, publicou em 14 de agosto no periódico digital Metrópoles. Com manchete bombástica – “São Paulo estuda transferir Arquivo Municipal para iniciativa privada” -, a matéria sugere a precariedade das condições em que vive a instituição, comparando-a com a Cinemateca (a mais recente vítima do descaso governamental); e evoca um edital que, tendo sido publicado em 2020, demanda agora providências administrativas que reforçam a ideia de privatização.

O edital de chamamento público n. 23 da Secretaria de Governo do Município de São Paulo, divulgado em 2020, abria à iniciativa privada, de fato, a execução de “serviços de digitalização e microfilmagem, preservação digital e gestão documental-arquivística, incluindo a eventual remodelagem ou requalificação das edificações, a administração predial e exploração imobiliária do Arquivo Público do Município de São Paulo”. A esse grande leque de atividades, todas elas inerentes às incumbências de uma entidade precipuamente devotada à gestão dos documentos acumulados pelo exercício do poder público, não cabe a desculpa jurídica de que correspondem a ações meramente instrumentais e subsidiárias em relação às finalidades do organismo e, portanto, passíveis de terceirização. No caso dos arquivos públicos essa argumentação não procede: as atividades-meio convencionais convertem-se em finalísticas, assumindo o caráter de funções inerentes às categorias abrangidas pelo plano de cargos da entidade. Não é possível ignorar ainda que, em se tratando de arquivos públicos, grande parte dos servidores se reveste da chamada fé pública, isto é, da confiança que o Estado atribui a determinados agentes cujos atos têm sua autenticidade e legalidade presumidas.

A situação dramática do Arquivo Municipal de São Paulo não se limita à falta de verbas, à ausência de concursos para prover a instituição de técnicos ou às precárias instalações que abrigam seu acervo. Há ainda problemas de natureza administrativa que é preciso contornar. A importante atividade de gerenciar os documentos que resultam da missão da Câmara, da Intendência e da Prefeitura no atendimento às demandas sociais de serviços da população de São Paulo, do século XVI aos dias de hoje, é exercida por órgãos de distintas subordinações e com evidentes duplicidades funcionais. O decreto nº 57.783, de 2017, que dispõe sobre a política de gestão documental e o sistema de arquivos do município de São Paulo, quebrou o padrão até então vigente nas instituições públicas brasileiras: retirou do arquivo permanente, por razões que não ficaram esclarecidas, o papel de órgão central do sistema. Todos sabem que a ferramenta sistêmica é uma estratégia para fazer com que entidades de diferentes graus hierárquicos e subordinações possam se articular de maneira horizontal para cumprir determinados objetivos comuns. A produção documental de uma megalópole como São Paulo, por mais complexa que nos pareça em sua magnitude, não escapa à regra: compreende todas as fases do ciclo vital dos documentos gerados pela administração direta e indireta ao longo do tempo. O controle desse processo, que envolve classificação, avaliação, guarda temporária, eliminação, guarda definitiva, descrição e difusão de documentos, numa perspectiva sistêmica, deve ser exercido pelo órgão que, na extremidade final do ciclo, dispõe de uma perspectiva temporal cumulativa e panorâmica. O decreto acabou por conferir à Coordenadoria de Gestão Documental, da Secretaria Municipal de Gestão, o papel de órgão central do sistema, deixando ao Arquivo Histórico Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura, um lugar de mero coadjuvante. Permitiu, inclusive, o aparecimento de um Arquivo Público Municipal no lugar do órgão que cumpria as funções de arquivo intermediário. Mais do que a ambiguidade provocada pelo aparecimento de outro órgão com perfil similar, o fato sugere a transformação do Arquivo Histórico Municipal em vitrine de papéis antigos, sem nenhum protagonismo no ingente esforço de representar e comprovar os atos da municipalidade de São Paulo em seus quase quinhentos anos de história.

Como representantes da comunidade arquivística no Conselho Consultivo do Arquivo Histórico Municipal, gostaríamos de obter respostas a nossas inquietações quanto ao futuro da instituição.

São Paulo, 18 de agosto de 2021.

Ana Maria de Almeida Camargo (USP)

Ana Célia Navarro de Andrade (ARQ-SP)

Sonia Troitiño (UNESP-Marília)

Marcelo Antonio Chaves (APESP)

Curso ofertado pelo Arquivo Nacional é contestado pela comunidade arquivística

Anunciado há meses, no último dia 6 o Arquivo Nacional lançou o curso on-line “Introdução às práticas arquivísticas”. Disponibilizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o curso conta com 27 horas e certificação após a conclusão. Mais do que isso: de acordo com o AN, a formação visa suprir a “necessidade de capacitação de servidores que atuam, ou desejam atuar, em arquivos nos órgãos públicos”. O curso, de acordo com o AN, é o primeiro de cinco que serão lançados na mesma plataforma.

A notícia foi recebida com rechaço por parte da comunidade arquivística brasileira. A Executiva Nacional dos Estudantes de Arquivologia foi a primeira entidade a se manifestar. Em nota, a ENEA considerou a iniciativa do AN como uma “afronta ao desenvolvimento da educação arquivística em nível de graduação no país” e pediu respeito à lei que regulamenta a profissão desde 1978. No mesmo dia, o Fórum Nacional das Associações de Arquivologia do Brasil manifestou preocupação com os cursos. Em nota, o FNArq se disse “contrário a toda e qualquer iniciativa que possa causar obstrução da atuação dos arquivistas de acordo com o previsto na Lei nº 6.546/1978”, uma referência à proposta do AN em criar cursos de nível intermediário em gerenciamento de serviços arquivísticos.

No dia 11, o Arquivo Nacional publicou uma nota de esclarecimentos sobre os cursos. De acordo com o documento, as formações fazem parte do Planejamento Estratégico Setorial do órgão e “não visam substituir a formação necessária em Arquivologia”. 

Fonte: GIRO DA ARQUIVO. Ano III. Edição 142. Agosto de 2021.

O Giro da Arquivo é um instrumento de divulgação e popularização técnica, científica e cultural para a Arquivologia coordenado pelo Prof. Francisco Alcides Cougo Junior, da UFSM. Para assinar o Giro da Arquivo, acesse: https://ufrgs.us12.list-manage.com/subscribe?u=47a6aa33d7d9eb27e0516fbe8&id=03e8159373

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